VIVENCIAL

Viver o cotidiano não exime da tarefa de pensá-lo, como não o faz a prática de experienciar a cultura em suas formas mais acabadas, inclusive naquilo em que nelas se imiscui a chamada vida comum. A proposta deste blog é constituir um espaço de intersecção entre esses campos vivenciais para pessoas que, como nós, têm na reflexão crítica um imperativo para a existência digna do corpo e do espírito – individual e social.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Ao que advém





A porta-bandeira

Não pensa em ninguém
Quando está rodando
Nasce para o bem

Deus salve a porta-bandeira
Deus salve a...








Lembro de uma conversa que tive, há muito tempo, com meu grande amigo Júlio Galharte, sobre esses versos de "Porta-bandeira" (Dé Palmeira e Humberto Effe), da banda Picassos Falsos. O Júlio manifestava incomôdo com esse elemento, conforme ele dizia, de partição ou estranheza, no refrão: “Deus salve a...”. Para mim - mas acho que não cheguei a sustentar isso nessa conversa -, o artigo em suspenso não pretende criar propriamente uma estranheza, mas uma apresentação, como que sugerir uma presentificação do que está adiante: a porta-bandeira, que já não é só a porta-bandeira, mas tudo o que advém, e o que quer que advenha.
Mas, discordâncias miúdas à parte, foi o Júlio quem me apresentou esse disco (Novo mundo, o trabalho “tardio”, de 2004, dos Picassos) que se tornou um dos meus preferidos, e me é muito grato que seja essa lembrança que me ocorra agora: pois o Júlio é um das pessoas mais sensíveis e generosas que eu conheço, um bom nome (e por isso gostei tanto quando a Lucilene sugeriu que nossa filha se chamasse Júlia) e, para mim, um bom rosto para se invocar em qualquer momento. Ainda mais às portas de um ano tão agourado como o que se inicia...
Enfim, para além da inevitável e talvez necessária melancolia, um feliz ano novo para todos nós! E meu grato abraço a todos os leitores e colaboradores, constantes ou eventuais, deste blog.

3 comentários:

  1. Site oficial dos Picassos: http://www.picassosfalsos.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Olá, Ravel!

    E não é que esses mundos real e virtual são de fato pequenos?!

    Provavelmente, Ravel, o Júlio Galharte a que você se refere é o mesmo Júlio com quem tive o prazer de conversar nesta entrevista do link que segue: http://subsolodasmemorias.blogspot.com/2010/12/dostoievski-no-canal-universitario-de.html.

    Dê só uma olhada e depois você me diz. (Ambos tivemos a mesma orientadora no mestrado.)

    Desejo a você um ótimo ano, Ravel, e continuemos esse bate-bola social e literário por nossas redes.

    Um abraço,

    Flávio Ricardo

    ResponderExcluir
  3. Salve, Flávio!

    É o mesmo Júlio sim, claro! Aliás, corumbaense... (esclarecendo, me refiro a essa postagem do blog Subsolo das Memórias: http://subsolodasmemorias.blogspot.com/2012/01/cadu.html)

    Quase participei desse programa dele, pra falar de meu livro, mas não deu certo. Grande Júlio, inteligente e gente finíssima, generoso como ele só.

    Grande abraço, e vamos nos lendo!

    Ravel.

    ResponderExcluir