À esquerda e à direita
O Capital faz a sua pregação
E a Igreja do Diabo aprende
Muito bem a lição
E no final, Deus e o Diabo
Se misturam nesta terra
Projetada pela Mal
O nosso triste Eldorado
Imagine um Sol Negro
Não um buraco negro
Um sol que ilumina escuridão
Nascendo no horizonte
O sol da alegria e do carnaval
O gozo da torcida campeã
Algo que cobre toda nossa beleza
Uma nuvem, uma névoa
O Sol Negro que nos iluminará
Vôte, Tião, que poema pessimista. Deixa o povo sambar, rapaz (riso crispado)
ResponderExcluirFalando sério, achei o poema excelente. A ausência de transcendência do final chega a ser massacrante, até porque ela está em todo lugar, enquanto falsa transcendência, transcendência corrompida... Feroz, bicho.
Escrevi esse poema em 1999, no auge da era neoliberal. Em agosto deste ano estava previsto que o mundo acabaria, o que não se confirmou. Pelo calendário maia este ano marca o início do caos no mundo, que se intensificaria até o fim do mundo em 2012. Era um ano terrível, foi quando comecei meu tratamento psiquiátrico. O governo do PT eleito em MS já dava seus primeiros passos para dar continuidade a farra com o dinheiro público, como fazia o governo do PMDB. Enfim, era um momento tenebroso. Depois de escrever o poema descobri que o Apocalipse de São João descreve que no Dia do Julgamento, o dia da Ira do Senhor para o profeta Isaías, o Sol ficará escuro, o tempo será paralisado para que o Senhor julgue os vivos e os mortos, condenando os iníquos para o lago de fogo e de enxofre, e os justos para a vida eterna em paz e harmonia. Hoje estou um pouquinho mais otimista. Um abraço fraterno.
ExcluirBem, eu vou me ater à apreciação estética, re re. Seja como for, eu acho que se você explicitasse esse horizonte apocalíptico no poema ele provavelmente perderia em força expressiva. Um grande abraço, meu irmão!
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