VIVENCIAL

Viver o cotidiano não exime da tarefa de pensá-lo, como não o faz a prática de experienciar a cultura em suas formas mais acabadas, inclusive naquilo em que nelas se imiscui a chamada vida comum. A proposta deste blog é constituir um espaço de intersecção entre esses campos vivenciais para pessoas que, como nós, têm na reflexão crítica um imperativo para a existência digna do corpo e do espírito – individual e social.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Viva Mandela, viva a África!





















A CRIANÇA QUE FOI MORTA A TIROS POR SOLDADOS EM NYANGA


A criança não está morta!
Ela levanta os punhos junto à sua mãe, que grita África!
Brada o anseio da liberdade e da estepe,
dos corações entre cordões de isolamento.
A criança levanta os punhos junto ao seu pai.
Na marcha das gerações, que grita África!
Brada o anseio da justiça e do sangue,
nas ruas, com o orgulho em prontidão para luta.
A criança não está morta!
Não em Langa, nem em Nyanga
Não em Orlando, nem em Sharpeville
Nem na delegacia de polícia em Filipos,
Onde jaz com uma bala no cérebro.
A criança é a sombra escura dos soldados
em prontidão com fuzis sarracenos e cassetetes
A criança está presente em todas as assembleias e tribunais
Surge aos pares, nas janelas das casas e nos corações das mães
Aquela criança, que só queria brincar sob o sol de Nyanga, está em toda parte!
Tornou-se um homem que marcha por toda a África
O filho crescido, um gigante que atravessa o mundo
Sem dar um só passo.

(Ingrid Jonker)

Este poema, lido por Mandela em seu primeiro discurso como Presidente da África do Sul, me foi enviado pela amiga e poeta Jhenifer Silva. Obrigado, Jhenifer! Viva Mandela, viva a Liberdade do povo negro e de toda a Humanidade!

2 comentários:

  1. olha, não sei se essa tradução é das melhores, afinal de contas, não conheço o africâner e mal conheço o inglês, portanto... as pouquíssimas traduções que encontrei em português vieram da tradução inglesa e foram feitas por pessoas as quais não conheço (se é que tenham rs) trajetória na área de tradução, porém creio que o poema não deixa de ser grande. vale a leitura! quanto a esse detalhe de eu ser poeta, meu caro, já disse pra parar com propagandas enganosas!

    grande abraço.

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  2. Sim, o poema é grandioso, Jhenifer! Nem uma má tradução eliminaria completamente isso! Obrigado, minha amiga poeta e modesta, rs...

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