Numa bela noite de verão, num boteco muito distante, a cerveja Skol de garrafa, reinando absoluta em todas as mesas, sonhou ter uma filha que descesse redondo como a lua cheia e fosse dourada como o sol. Ela contou seu lindo sonho ao marido Marlboro e, logo no verão seguinte, nascia Skol latinha, brilhante como a luz do meio-dia e refrescante como a brisa da manhã.
Mas infelizmente a rainha não sobreviveu ao nascimento da filha, pois é muito difícil uma garrafa dar à luz uma latinha sem quebrar o gargalo.
Embora amasse ardentemente a falecida esposa, o rei Marlboro foi advertido pelo Ministério da Saúde para que procurasse com urgência uma nova rainha, pois Skol latinha e o povo do bar não podiam permanecer órfãos por mais tempo.
Marlboro então escolheu para segunda esposa a Bohemia de garrafa, estupidamente gelada.
Acontece que a Bohemia era mais cara e, apesar de muito gostosa, sua vaidade era tanta que lhe impedia de substituir a antiga rainha. Ela não era tão popular entre os fregueses e não tinha o menor amor pela enteada. Além disso, passava o dia inteiro mirando-se num cinzeiro prateado e repetindo a mesma pergunta:
– Cinzeiro, cinzeiro meu, quem é a mais gostosa dentre todas as cervejas deste bar?
E o cinzeiro respondia:
– É a Bohemia, minha senhora!
Com o passar do tempo, porém, a Skol latinha ia gelando no freezer e ficando cada vez melhor, até que o cinzeiro mágico foi obrigado a dizer:
– Minha senhora, a Bohemia continua tão gostosa quanto antes, mas agora a Skol latinha é a mais apreciada dentre todas as cervejas daqui, pois, mesmo sendo em lata, sai mais em conta por causa de uma promoção do Carrefour!
Conhecendo a sinceridade do cinzeiro – que, apesar de fosco por causa das cinzas, refletia a realidade como nenhum outro –, a rainha Bohemia chamou o garçom e lhe ordenou que sumisse imediatamente com a Skol latinha, que lhe arrancasse o coração e jogasse suas tripas aos cães selvagens.
Mas o garçom estava sóbrio...
E é por isso que, até hoje, os cães selvagens não bebem cerveja em lata!
Fábio Dobashi Furuzato
Arigatô, Fabiô!
ResponderExcluirEu é que agradeço, Ravel! Um grande abraço, meu caro!
ResponderExcluiresse é o meu amigo Dobashi, o homem que sobreviveu a uma caçamba para fazer história. 1 grande abraço, meu parceiro de xadrez no guarda-roupa!
ResponderExcluirGde Adriano!!! Há qto tempo, hein? Abração
Excluirah, quanto ao conto, excelente, e estarei divulgando-o aos amigos. [ ]s
ResponderExcluirObrigado, Adriano! Valeu pelo comentário!
ExcluirGotei Fábio, muito criativo, vou compartilhar, um abraço.
ResponderExcluir(Regina 3º ano de Pedagogia)
Obrigado, Regina! Abraço
ExcluirAdorei!
ResponderExcluirQue criatividade!
Obrigado, Marlene!
ExcluirAbraço
O conto das fadas alcoolizadas ou shakespiradas! Bacana, Fábio!
ResponderExcluirkkk... Valeu, Julio! Como diria o Ravel, ShakesBEEReana... Gde abraço, meu caro!
ExcluirMuito divertido Fábio estou aguardando outros.
ResponderExcluirObrigado, Vania! Em breve, vou postando outros (com o aval do Ravel, claro!). Abraço
ExcluirPuxa, vai ser uma honra, Fabio!!
ExcluirOi, primo...
ResponderExcluirMuito bom!
Gde primo! Valeu pela força! Abração
ExcluirLau, esse é do caralho. Parabéns pela "sobriedade" do texto.
ResponderExcluirkkk... Valeu, Fabão! Abraço, meu caro!
ExcluirMuito bom, nippon! o Má leu comigo e rachou o bico!!
ResponderExcluirabç do primo brother.
Renato.
Legal, Renato! Não tinha ideia de que poderia ser engraçado para crianças tbm... Abraço!
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