VIVENCIAL

Viver o cotidiano não exime da tarefa de pensá-lo, como não o faz a prática de experienciar a cultura em suas formas mais acabadas, inclusive naquilo em que nelas se imiscui a chamada vida comum. A proposta deste blog é constituir um espaço de intersecção entre esses campos vivenciais para pessoas que, como nós, têm na reflexão crítica um imperativo para a existência digna do corpo e do espírito – individual e social.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Cidade de Açúcar

O cão sarnento
E a loira perfumada
Traem meu olhar
Na cidade imaginária


Os velhos e as crianças
Que não servem mais
Engordam as piranhas
Do Rio Paraguai


Cidade Imaginária
Bigfield Centenária
Índia estuprada
Pelo pau do Capital

4 comentários:

  1. Esse final me lembrou Oswald. Sabem que ele será homenageado pela FLIP?

    Devoremos Oswald e coloquemos os pedaços nos arquivos críticos!

    Abs!

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  2. Pô, Lúcio, fala sério! O final do poema do Tião é melhor - mais forte, num sentido doloroso mas digno - do que qualquer coisa do Oswald... O Tião não é nada piadista, enquanto até um "rei da vela" já é meio um palhaço... No mais, você tem razão: que se retalhe o Oswald!!! (Quando menos, ó sábios (não, nada a ver com corjas, digo, corujas), em honra ao quanto ele AMARIA isso!!!!)

    Ó, Tião: eu não estou te equiparando ao Oswald, viu, bicho? O cara tinha uma virtude que nos falta a quase todos: era verdadeiramente (ponha itálico nisto) industrioso... E, bem, o humor também tem seu valor e dignidade. Bom, então ficamos assim: o dia em que te você postar um poema-piada com verdadeiro espírito oswaldiano eu te declaro um gênio absoluto... ou pelo menos te equiparo ao teu mestre (segundo o lúcio 2o.)... falô, bicho?

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  3. Lúcio, veja que escrevi seu nome em minúscula. Piorando o Ferreira, eu me pergunto: será medo? Pois é, em tese meu nome me torna menos metafísico - e mais musical, talvez, embora em música eu seja um leigo frustrado -, mas o fato é que uma expressão quanto "a alma de Hitler", que eu li ainda hoje, me causa tanta antipatia quanto medo... Mas em anjos sim, eu acredito, e sem qualquer temor. Talvez até no teu famoso irmão de nome (e nosso de criação, ou seja, de Pai e Mãe eternos), mas enfim, não lhe desejo mal - a ele, a você muito menos!!!! Aliás: "O mal não, o mal não": uma bela oração, não? Cidade negra?

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  4. Então é Criação, em maiúsculas, ra ra. E os "de "criação"? são o que, então? De curral? Veja, afinal, que sublime é a existência humana...

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