Como escrevemos
anteriormente, aqui e no Facebook, o mar de lama da Samarco teve
também uma dimensão simbólica.
Explicitou que a
captura das instituições públicas brasileiras pelo poder econômico
é absoluta.
A Samarco disse que a
lama não era tóxica, que estava “monitorando” a enxurrada, etc.
etc.
A empresa e uma de suas
controladoras, a Vale, assumiram papeis que cabiam ao Estado, dentre
os quais distribuir água.
Das autoridades não
saiu um pio, a não ser pelo anúncio de multas milionárias que
afinal não serão pagas.
O governo de Minas
cassou a licença para a Samarco operar em Mariana, como se ela ainda
fosse capaz de fazê-lo.
Duas decisões
judiciais tomadas no caso favoreceram a empresa: uma rapidíssima
liminar para desbloquear a ferrovia por onde passa minério e o
habeas corpus preventivo que impede a prisão do presidente da
Samarco.
Toda uma bacia
hidrográfica destruída, praias e oceano poluídos…uma verdadeira
catástrofe.
Enquanto isso, quatro
jovens foram presos por “crime ambiental”: sujaram de lama um
corredor do Congresso.
É óbvio que esta
múltipla falência de órgãos engloba o PT e o governo Dilma.
Um breve roteiro do
suicídio político, incluindo apenas fatos recentes:
1. Ganhar uma eleição
e governar com o programa econômico alheio;
2. Colocar toda a conta
da austeridade nas costas dos trabalhadores;
3. Propor uma lei
antiterrorista que, lá adiante, em 2018, servirá para a direita
demolir os movimentos sociais, permitindo a ela aprofundar ainda
mais, se necessário, a depressão econômica do Levy.
Para completar,
Delcídio Amaral, denunciado aqui e aqui como homem que articulava
barbaridades contra o Brasil e os movimentos sociais, é flagrado em
conluio com um banqueiro para evitar uma delação premiada.
Por mais que seja um
petista de DNA tucano, é o líder do governo Dilma no Senado!
A partir dos
depoimentos, a mídia fará, obviamente, o que sempre fez:
criminalizar alguns e poupar os seus.
Mas o suicídio
político é do PT. Por exemplo, ao sugerir que sua bancada votasse
pela soltura de Delcídio.
Para todos os efeitos,
25 de novembro é o dia em que o PT se afogou em público, sob os
olhares dos 300 picaretas do Congresso.
O que virá? A delação
do Cerveró, possivelmente do próprio Delcídio, do banqueiro
Esteves… um efeito em cascata que vai arrastar gente graúda, com o
efeito prático de paralisar o governo Dilma.
O prefeito de São
Paulo, Fernando Haddad, um quadro de primeira qualidade, acusou o
baque numa entrevista ao Estadão:
“Quando você tem um
sonho de transformar a sociedade em favor da igualdade e você se
desvia para se apropriar de recursos ou para beneficiar quem quer que
seja, você está cometendo dois crimes: o primeiro é colocar a mão
em recurso público, o segundo, você está matando um projeto
político”.
Uma delicada nota de
falecimento.
Quanto à esquerda que
sobreviver ao PT, tem encontro marcado com a lei antiterrorismo logo
ali adiante. A não ser que, como o PT, priorize os gabinetes.
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